o leão de Nemeia.

Havia uma região na Grécia chamada Neméia, na Argólida. Os camponeses desse local andavam aflitos: um leão gigantesco estava devastando a região, derrotando os rebanhos dos homens (“greis dos homens”, para Hesíodo). O maior descalabro. O LEÃO DE NEMÉIA era duas vezes maior que um leão adulto. Tinha um rugido ensurdecedor, capaz de ser ouvido a quilômetros de distância. E pior: sua pele era blindada. Resistente a qualquer arma cortante ou que perfura. Nada atravessava o couro do bicho: nem lança, nem faca, nem flecha. Quem ousasse atingi-lo, era devorado em segundos.
O LEÃO DE NEMÉIA herdou o gigantismo dos pais biológicos: EQUIDNA e TIFÃO. Mas, indubitavelmente, herdou a ferocidade da mãe adotiva: a maligna Hera. Foi ela quem o criou. E instigou, exortou os seus instintos. (Hera sempre envolvida em cenários terroristas da mitologia grega...). Mais uma vez o herói convocado para exterminar esse grandioso felino é HÉRCULES. Foi seu primeiro trabalho.
Ao chegar na planície de Neméia Hércules observa o bicho e percebe que sua caverna tem duas extremidades: uma entrada e uma saída. Héracles dispara uma flecha e dá um tiro certeiro no meio dos olhos: o leão cai e levanta em seguida. Couro blindado, lembra? O herói então pensa numa outra estratégia: rola uma pedra e fecha uma das extremidades da caverna. Logo depois parte para cima do leão. Empurra-o para dentro da caverna e o estrangula na sequencia, com a mesma facilidade que esmagou as serpentes quando era criança.
No Brasil o LEÃO DE NEMÉIA deu cria e andou assolando o Rio de Janeiro. É a escória do tráfico. A planície aqui é um morro chamado Complexo do Alemão, entre outros. Nossos únicos heróis são os rapazes do BOPE. Eles são éticos e fortes. Verdade! Assiste o Tropa II. Eles já exterminaram boa parte dos leões. Mas ainda há um saldo. Vamos aplaudir nossos heróis e pedi-los para não encerrar os trabalhos até cortar o mau pela raiz. Isso urge.
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